Usuario:Raimundo57br/Taller/rascunho2/Rodrigo Dantas

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mecanismos de valorização fictícia do capital - mais-valia absoluta e relativa - massa de capitais que disputam pela mais-valia produzida sem produzir valor nem mais-valia nem ajudar a criar as condições para isso. - mecanismos puramente especulativos de reprodução do capital

Porque o aspecto monetário do valor é sua forma independente e tangível, a forma D-D, cujos pontos de partida e de chegada são o dinheiro real, expressa da maneira mais tangível a idéia de ‘ganhar dinheiro’, que é o principal motor da produção capitalista. O processo de produção capitalista apareceu unicamente como um passo intermediário inevitável, como um mal necessário para ganhar dinheiro. Por isso, todas as nações que funcionam segundo o modo de produção capitalista padecem periodicamente da vertigem de querer ganhar dinheiro sem a intermediação do processo de produção”.

Para Marx, o capital fictício é a acumulação de títulos que são ‘sombras de investimentos’ já feitos mas que, como títulos de bônus e ações, aparecem com o aspecto de capital a seus proprietários. Não são capital para o sistema como um todo, para o processo de acumulação, mas o são para seus proprietários e, em condições normais de expansão dos processos de valorização do capital, rendem a seus proprietários juros e dividendos. Seu caráter fictício se revela em situações de crise. Quando sobrevém crises de super-produção, quebra de empresas, etc., se percebe que este capital não existia... Por isso também pode ler-se nos jornais que tal ou qual quantidade de capital ‘desapareceu’ em alguma oscilação da Bolsa: estas somas nunca haviam existido como capital propriamente dito, a despeito de que, para os proprietários destas ações, representavam títulos que davam direito a dividendos, juros e lucros”. CHESNAIS, F. et al. “Como la crisis de 29, o más…Um nuevo contexto mundial”. In: Crack del Capitalismo Mundial. Condor Editores, 2008

Marx chamou “hiper-equação da taxa de lucro” a soma da mais-valia extraída em cada um dos setores da economia dividida pela soma de todos os capitais investidos. Esta equação nos dá a taxa média de lucro do capital. Se a vemos a partir do ingresso destes capitais especulativos e parasitários, a mais-valia segue sendo o resultado da soma de mais-valia que se extraiu na produção, mas os capitais que perseguem as condições de sua valorização especulativa crescem cada vez mais, sem que esse aumento ajude a produzir mais-valia adicional. Ao longo deste processo, quanto maior o sobre-incremento da composição orgânica do capital produzido pela expansão do crédito e pelos mecanismos de valorização especulativa e fictícia do capital, mais acirrada a disputa entre os capitais – fictícios ou não – pela apropriação da mais-valia produzida.

O montante de capitais na esfera da circulação, à medida que se tornava cada vez maior em relação ao montante de capitais investidos na extração de mais-valia, não poderia deixar de produzir a queda da taxa de lucro para o sistema do capital como um todo.

Não estamos, portanto, diante de uma “crise financeira”, mas de uma crise clássica de superprodução, originada pela queda da taxa de lucro e decisivamente agravada pelo caráter cada vez mais especulativo do capital e pela hipertrofia do capital financeiro diante do capital que produz diretamente a mais-valia

Não estamos diante de uma ‘crise financeira’, ou de uma ‘crise de novo tipo’; estamos mais uma vez diante de uma crise clássica, originada pela queda da taxa de lucro, que se vê agravada pelo caráter cada vez mais especulativo do capitalismo e a hipertrofia do circuito financeiro. Há uma pressão cada vez mais feroz dos capitais circulantes sobre a mais-valia extraída, que derruba a taxa de lucro

Marx demonstrou que as crises de superprodução, assim como as fases de expansão e retração do processo histórico de reprodução ampliada do capital, são inerentes ao capitalismo como modo de produção e reprodução social. Elas irrompem periodicamente sempre que o processo de produção do capital, após um período de expansão do crédito, do investimento, da produção, do consumo e do emprego termina por encontrar seus limites ali onde a massa crescente de capitais que buscam reproduzir-se excede a capacidade de extração de mais-valia adicional. Com a taxa de lucro em queda, os capitalistas restringem a oferta de crédito, provocando a queima dos capitais que já não conseguem reproduzir-se, a interrupção do processo de sua reprodução ampliada e a destruição maciça de forças produtivas. É a crise de superprodução que explode: quando a massa de trabalho morto se torna tão extensa que já não consegue extrair mais-valia adicional do trabalho vivo, o capital vê interrompidas as condições de sua reprodução ampliada e os capitalistas param de investir até que se derreta a imensa pirâmide de capitais excedentes que pressionam a taxa de lucro e sejam novamente restauradas as condições de sua valorização.

Desde o surgimento do mercado de capitais e do desenvolvimento do capital financeiro, todas as crises do capitalismo assumiram a forma já clássica do desabamento do mercado financeiro e da imensa montanha de créditos, dívidas e ativos podres que foi se formando em seu interior.

O resultado desta contradição é a formação recorrente de imensas bolhas especulativas nos mercados de capitais, cujo estouro assume primeiramente a forma de uma crise financeira, que na verdade nada mais é do que a expressão aparente de uma crise econômica real.

A oposição entre capital e trabalho assalariado desenvolve-se, assim, até sua plena contradição. É no interior desta que o capital aparece como meio não somente de depreciação da capacidade viva de trabalho, mas também como meio de torná-la supérflua. Em determinados processos isso ocorre por completo; em outros, essa redução se efetua até que se alcance o menor número possível no interior do conjunto da produção. O trabalho necessário coloca-se, então, imediatamente como população supérflua, como excedente populacional – aquela massa incapaz de gerar mais trabalho.